A dama da guerrilha e da reflexão Fórum Grita Baixada conversa com a cineasta que mais problematizou o Brasil em sua obra. Diz que seu cinema não é panfletário e relata sua angústia em depor na Comissão da Verdade Prestes a fazer 70 anos de idade, é difícil realizar uma conversa com a cineasta Lúcia Murat e se dispor a falar apenas sobre cinema. Cada filme seu é um recorte historiográfico específico que merece ser analisado por horas. Sua filmografia fala de quase tudo: favela, violência urbana, tráfico de drogas, protagonismo feminino, reflexões sobre a luta armada, corrupção político-partidária, exploração dos povos indígenas, mas acima de tudo, de resistência. Participou do movimento estudantil e em dezembro de 1968, entrou para a luta armada integrando o MR-8. Presa pela repressão do regime, em 1971, passou três anos e meio encarcerada na Vila Militar, no bairro do Realengo, zona Oeste do Rio de Janeiro, onde foi torturada por meses. A dolorosa experiência resultou em um...
Por Uma Cultura de Vida