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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Comunicação Comunitária para a Juventude da Baixada

Curso do projeto Direito à Memória e Justiça Racial, do Fórum Grita Baixada, vem com sete módulos de conhecimento para desenvolver ações locais Numa época em que as narrativas dos meios de comunicação empresarial começam a se tornar cada vez menos credíveis, já que suas linhas editoriais muitas vezes obedecem a critérios que hipervalorizam resultados como lucro ou ganho político, surgem, também, iniciativas que tentam dar voz e luz a pautas dos invisibilizados, com uma observação mais crítica da sociedade que conhecemos, além de enaltecer uma visão de mundo mais plural, democrática e solidária. É o caso do projeto Direito à Memória e Justiça Racial, do Fórum Grita Baixada, que está realizando desde o dia 14 de janeiro, o curso de Comunicação Comunitária. Dividido em vários módulos como “Comunicação Comunitária e Grande Mídia”, “Racismo, Feminismo e Patriarcado”, “Jornais, a Linguagem Racista e de Gênero, o Poder e o seu Papel Ideológico”, “Mídias Sociais e Comunicação Segura...

Nota Pública do Fórum Grita Baixada Sobre a Reestruturação do Conselho Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro (CONSPERJ)

Nova Iguaçu, 18 de janeiro de 2019 O Fórum Grita Baixada vem a público repudiar a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro de mudar unilateralmente a composição e o objetivo do Conselho Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro (CONSPERJ). O Governo do Estado ,  ao criar nova estrutura e funcionamento para o CONSPERJ, acaba na prática com a participação regular de representantes de organizações da sociedade civil, eleitos democraticamente em assembleia do próprio Conselho. De acordo com o decreto número 46.546 de 01o de janeiro de 2019 (publicada no Diário Oficial na mesma data), organizações sociais só eventualmente serão convidadas a participar de determinadas reuniões e não mais de todas as assembleias regulares como se dava até então, e mesmo assim, a partir de agora, sem qualquer poder de voto. Tal decisão afeta sensivelmente a possibilidade de diálogo regular entre governo, profissionais de segurança pública, conselhos comunitários de segurança e or...

A BAIXADA FLUMINENSE E A NECROPOLÍTICA DE WILSON WITZEL: PARTE 2

Representantes da Baixada Fluminense e do município do Rio de Janeiro analisam as políticas de segurança pública do governador eleito Wilson Witzel, sob a perspectiva da necropolítica do filósofo camaronês Aquile Mbembe, na segunda reportagem da série. Mbembe fala no ensaio Necropolítica sobre a “neocolonização”. A comparação com o período colonial se dá porque a política atual envolve relações de subalternização parecidas às que os países colonizadores infligiram no passado sobre suas colônias. Dito de outra forma e adaptando-se à ideia de segurança pública: as autoridades demarcam territórios considerados hostis, de acordo com decisões políticas que atestam que o combate à violência sempre demanda mais uso da força. Afinal de contas, a necropolítica de Mbembe não trata somente dos mecanismos da morte propriamente dita, mas também a exposição a risco de morte, à marginalização sociopolítica e dos contextos sócio-políticos em que matar torna-se uma escolha possível consi...

A BAIXADA FLUMINENSE E A NECROPOLÍTICA DE WILSON WITZEL - PARTE 1

Esta é a primeira matéria, de uma série de duas partes, que traz análises de representantes e moradores da Baixada Fluminense sobre as políticas do governador eleito Wilson Witzel. A vitória do governador eleito Wilson Witzel, um ex-juiz federal que conquistou exatos 4.675.355 votos, resultou em uma trama de preocupações, especialmente quando se interpreta de forma crítica o planejamento de determinadas políticas públicas em sua gestão. Observou-se um candidato—desconhecido do grande público, que nunca ultrapassava a marca do 1% das intenções de voto—afirmar, sem sutilezas, que pretende empregar com pragmatismo a política de segurança pública do Rio de Janeiro, de forma que, dentre tantas aberrações, agentes do Estado teriam permissão tácita para matar inimigos, caso se sentissem ameaçados. O impacto de suas declarações, especialmente entre moradores de favelas e outras periferias — históricas vítimas dos abusos de poder que quase sempre ocorrem em operações militares em ...

Entrevista do mês: Luciene Silva

“ME AGARREI À MILITÂNCIA PARA NÃO ADOECER” Na primeira entrevista de 2019, conversamos com a ativista Luciene Silva, representante da Rede de Mães Vítimas da Violência  de Estado na Baixada Fluminense sobre sua história de luto que virou luta. Luciene Silva tem 52 anos de idade. Define sua história como sendo a de uma mulher comum que veio da periferia de Nova Iguaçu. Mas a peculiaridade de sua trajetória começa ao se contabilizar os tantos lugares pelos quais passou. Nasceu no hospital Getúlio Vargas, na Penha, a mãe morava em Cordovil, a adolescência passou em Irajá, tendo uma rápida passagem por Brás de Pina, parando tempos depois em conjunto habitacional de Belford Roxo. Conheceu o marido aos 18 anos e em 2019 celebra as bodas de coral, a longevidade matrimonial de quem está casada há 35 anos . Mudou-se para a terra da garoa, residindo na região por 3 anos em função do desemprego do marido, que lá encontraria novas oportunidades de trabalho. Os sogros tinham um com...