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Convidado por curso pré-vestibular em Belford Roxo, FGB participa de roda de conversa sobre cidadania e direitos humanos para a juventude local

03 de agosto de 2017
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Convidado pelo curso Pré-vestibular em Belford Roxo, FGB participa de roda de conversa sobre cidadania e direitos humanos.
O Fórum Grita Baixada (FGB) foi um dos convidados para a roda de conversa do Pré-Vestibular Comunitário Paulo Freire, de Lote 15 em Belford Roxo. O coordenador executivo do FGB, Adriano de Araujo, foi convidado pela organização do Pré-Vestibular Comunitário, vinculada a Paróquia São Simão, para uma roda de conversa sobre cidadania e direitos humanos.
Além de Araujo, também participou da roda de conversa o professor Sandro Hilário, analista de Gestão em Saúde e Ensino da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e tutor do curso de tecnólogo em segurança pública e social do Consórcio CEDERJ /Universidade Federal Fluminense.

Contando com a participação de cerca de 50 alunos o encontro foi rico em interação e participação dos estudantes. Destaque para a construção coletiva do conceito de cidadania, quando Araujo solicitou aos estudantes que escrevessem palavras e conceitos associados ao tema. Foram registradas quase 30 perspectivas sobre a expressão; destacou-se, pelo número de vezes, a palavra “direitos” com 13 citações. A partir daí iniciou-se um diálogo franco sobre o exercício contínuo da cidadania e suas correlações com os Direitos Humanos. “A nossa intenção aqui é desconstruir a ideia de que os Direitos Humanos foram feitos para proteger bandidos. Estudar é um direito humano. Ter saúde e lazer é um direito humano. Poder trabalhar é um direito humano. Ter livre acesso a um ambiente livre de lixo também é um direito humano. Entretanto, o direito humano fundamental sem a qual os demais não poderão existir é o direito à vida. E não podemos dizer qual vida tem mais valor. Vocês, enquanto futuros profissionais, não podem se deixar levar por uma visão distorcida dos direitos humanos”, argumentou Araujo.

Adriano de Araujo afirmou que os conceitos de cidadania e o de direitos humanos são expressões de uma mesma condição. Não é possível pensar em proteção da cidadania sem a respectiva proteção aos direitos humanos.  Mesmo assim, hoje percebemos discursos que desejam maior cidadania e, ao mesmo tempo, atacam os direitos humanos. De fato, as perspectivas que circularam na roda de conversa pautavam tanto a defesa quanto os questionamentos sobre a importância dos direitos de todos e para todos.

Sobre o Pré-vestibular Comunitário Paulo Freire
O convite para a roda de conversa foi feito pelo professor George Ferreira Lau que relatou a história do Pré Vestibular Comunitário Paulo Freire.  Nascido em 2009, é um coletivo  inspirado em iniciativas semelhantes. Ou seja, pré vestibulares para negros e pobres. “Tivemos a inspiração de colocar este nome (Paulo Freire) por considerarmos ele o patrono da Educação no Brasil, o maior educador popular do mundo diz Lau.

Ele afirma que a demanda pelo preparatório ao vestibular era muito grande desde o início do trabalho. Mesmo com a existência de outro pré-vestibular na região, havia mais de 50 jovens que queriam estudar e não encontravam vagas. Daí sugiu a necessidade de se organziar o Pré-vestibular Paulo Freire. Hoje um pequeno grupo de professores se mobiliza para dar conta de quatro frentes educacionais: duas turmas para pré vestibular, um grupo de estudo para quem quiser ingressar na carreira militar e outra para ensino técnico. “Além disso, apoiamos também dois grupos de estudo que funcionam nos bairros de Itapoã (Grupo de Estudo Leonardo) e Jardim do Ipê (Grupo de Estudo Dona Edith). Os projetos trabalham essencialmente com o voluntariado, com a educação cidadã e incentivando os jovens e adultos a realizarem seus sonhos e a espalhar esse espírito de solidariedade por onde passarem.

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