Pular para o conteúdo principal

Direitos Humanos e Psicologia são debatidos na Estácio de Sá de Nova Iguaçu Conversa teve participação das coordenações do FGB e do CDH


O coordenador do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araujo e a coordenadora do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, Yolanda Florentino participaram nessa quinta (14/09) da mesa de encerramento da VII Semana de Psicologia da Universidade Estácio de Sá, que, nesse ano, teve como tema “Dizeres em Psicologia: interfaces e conexões”. A mesa também contou com a participação da psicóloga Mônica Valéria Affonso Sampaio, presidente da comissão gestora da subsede Baixada Fluminense do Conselho Regional de Psicologia.

Araujo, em sua fala, propôs conectar relações de causa e consequência sob determinados aspectos de reação da sociedade a algumas políticas de segurança pública e sobre quem milita nos Direitos Humanos. Ponderou, como exemplo inicial, que quem defende um tratamento justo para criminosos, de acordo com o que determina a legislação em vigor, e não na base do revanchismo ou do ódio, não possui um olhar menos responsabilizante sobre quem comete crimes ou delitos. Apenas salientou que o cumprimento da pena seja feita de forma digna para a sua recuperação e reinserção de convívio em grupo.

Sobre os recentes atentados promovidos em locais de práticas religiosas de matriz africana, especialmente a umbanda e candomblé, disse que mais do que uma violação a um grupo religioso “ é uma violação contra todos nós”. “Todos temos o direito de professar a nossa fé, assim como temos direitos de escolher os nossos deuses e não achar que seu deus é superior ou mais perigoso que o meu. Até mesmo quem não acredita em Deus tem o direito de se manifestar. Isso é só uma parte desse grande complexo de questões que são as discussões sobre Direitos Humanos”, argumentou Araujo.

Ele lembrou que a violência traz a sua face mais perversa, mas não apenas de quem comete crimes. “Existe também uma economia da violência, grupos que exploram a sua manutenção e permanência. Seja a mídia, que precisa vender uma eterna sensação de insegurança, sejam políticos que exploram o medo para se elegerem, seja a indústria de armas. Essa última tem uma peculiaridade: imagem o quanto ela pode lucrar se for aprovada no Congresso alguma lei que permita que as guardas municipais dos mais de 5 mil municípios do Brasil andem armados e com coletes à prova de balas.”, indagou.  

Já a coordenadora do Centro de Direitos Humanos, irmã Yolanda Florentino, disse o Brasil é avançado em termos de ordenamento jurídico, embora seja preciso “estarmos aqui para falar de Direitos Humanos”. “O Estado precisa garantir todas as condições de efetivação de direitos. Mas também precisamos alimentar uma responsabilidade social que deveria estar em cada um de nós”, disse. Lembrando que estava na mesa representando a Igreja Católica, ela afirmou que preferia o conceito de justiça bíblica, já que a manutenção de justiça não veio com os recentes governos. “Logo no Pentateuco (o conjunto dos primeiros cinco livros que compõem o Velho Testamento da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio) , encontramos escritos que dizem que ´homens e mulheres merecem os seus direitos´. Portanto esse clamor por justiça não é nenhuma novidade. Só precisa ser continuado.     


15-09-17
https://forumgritabaixada.org.br/fgb-e-cdh-participam-de-mesa-unesa

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Violência e segurança pública são debatidos em Queimados

O Fórum Grita Baixada realizou, na noite da última segunda-feira (17), na Igreja Nossa Senhora da Conceição, Centro de Queimados, uma reunião com a sociedade civil para debater as inquietações acerca da violência e quais ações a sociedade poderia reivindicar ao poder público para a formulação de políticas de segurança na região. Foi uma conversa marcada pela heterogeneidade das representações: cerca de 35 pessoas entre políticos, professores, ativistas, religiosos, ONG´s e até duas empresas de comunicação locais se fizeram presentes. Uma delas, a Rádio Novos Rumos, disponibilizou seu equipamento para uma transmissão ao vivo em parte da reunião. O articulador do FGB, Douglas Almeida, propôs ao grupo que fosse produzido um diagnóstico atualizado sobre as problemáticas em discussão. O número de assaltos e roubo de carros na cidade foram uma preocupação quase imediata, além de atividades de grupos paramilitares que poderiam estar contribuindo para o aumento de hom...

Tribunal Popular da Baixada Fluminense: o Estado Brasileiro no Banco dos Réus

Evento, que pretende denunciar o Estado Racista Brasileiro, acontecerá no dia 11 de setembro em Duque de Caxias  O QUE É O TRIBUNAL POPULAR? É uma iniciativa/metodologia/instrumento de incidência política que surge no Brasil no contexto dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 2008, quando movimentos sociais, movimentos populares e organizações de direitos humanos do Brasil intensificaram as discussões das constantes violações dos Direitos Humanos realizadas pelo Estado Racista Brasileiro. Essa iniciativa tem como objetivos centrais: * Ser um espaço/iniciativa de denúncia do Estado Racista Brasileiro; * Fomentar a perspectiva de um sistema de justiça menos racista  Desde fevereiro de 2018, movimentos sociais, rede de mães e familiares vítimas da violência de Estado, Defensoria Pública, movimento negro, fóruns e organizações de direitos humanos inconformados com o genocídio da juventude negra na Baixada Fluminense pra...

Espaços para ouvir (e depois) cobrar

Fórum Grita Baixada e Diocese de Nova Iguaçu organizam, respectivamente, eventos em que acolherão propostas de governo de candidatos e candidatas aos cargos de deputado(a) federal e estadual. Fórum Grita Baixada e a Diocese de Nova Iguaçu organizarão, na última semana de agosto, dois eventos que servirão de palco para que candidatos ao poder Legislativo dialoguem com os eleitores sobre a proposição de ideias a serem efetivadas em seus mandatos. Ambas as ocasiões serão oportunidades para a escuta das propostas, esclarecimento de dúvidas sobre as mesmas e, se for o caso, cobrar para que os chamados “representantes do povo” não se deixem desvirtuar do que prometeram em campanha.  O primeiro debate acontecerá em 21 de agosto. Promovido pela Diocese de Nova Iguaçu, abrigará os candidatos com certa tradição em pleitos eleitorais e os novos nomes, incluindo os da Baixada Fluminense. A descrição do evento, na mídia social Facebook, evidencia bem a temperatura reinante no colegiad...