Pular para o conteúdo principal

FGB no Observatório da Intervenção Militar


Convite foi feito pelo Centro de Estudos de Segurança Pública e Segurança da Universidade Cândido Mendes. Grupo vai monitorar trabalho das tropas nas periferias do Estado.


O Fórum Grita Baixada foi convidado pelo CeseC/UCAM (Centro de Estudos de Segurança Pública e Cidadania/Universidade Cândido Mendes) para integrar, como apoiador, o Observatório da Intervenção Militar, criado pela instituição na última terça-feira (06/03) para monitorar os desdobramentos e possíveis violações de direitos no Estado do Rio de Janeiro.

A intervenção militar foi instituída pelo governo federal no estado do Rio de Janeiro no dia 16 de fevereiro de 2018, tendo como principal objetivo intervir, por meio da militarização na segurança pública do estado, principalmente no que tange a cidade carioca.

O objetivo da criação do Observatório consiste na construção de um fluxo de informações sobre a atuação do Exército brasileiro à frente da intervenção federal militar e comando das polícias do Estado. A partir desse fluxo, pretende-se monitorar o cenário da militarização nos territórios de favela e os desdobramentos na região metropolitana.

O Fórum Grita Baixada vem se colocando como importante articulador pela luta contra a violência e violações aos Direitos Humanos, defendendo, com outros parceiros, a constituição de uma política de segurança pública cidadã na Baixada Fluminense e, por isso, foi convidado como entidade representando a Baixada.

Participaram da reunião organizações, movimentos sociais, moradores de favela e da Baixada, instituições públicas, coordenação do CeseC e Universidade Cândido Mendes, além de jornalistas independentes e representantes da grande mídia. Todos os presentes tiveram oportunidade de fala para que pudessem manifestar suas expectativas em relação a intervenção e também relatar as violações que já vem ocorrendo em diversos territórios.

O FGB, por meio de suas representantes Lorene Maia (articuladora de Território) e Barbara Lucas (coordenadora do projeto de Litigância do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, que compõe a coordenação ampliada do Fórum) se posicionou contra a intervenção militar, ressaltando a dicotomia do discurso (asfalto x favela) quando se fala em violência mesmo nos espaços que desejam oferecer visibilidade aos “invisíveis”. Reforçou que na Baixada, historicamente, as violações ocorrem e não são publicizadas, sendo imprescindível jogar luz sobre essas violências que são cotidianas, destacando que o Observatório é um espaço estratégico, sobretudo, para a troca de expertise no monitoramento e denúncia das violações. As representantes do FGB aproveitaram para informar que o Fórum emitiu uma nota pública contrária a intervenção e que, em conjunto com outras instituições da Baixada Fluminense, está construindo um Comitê para o monitoramento da intervenção na Baixada.

No segundo momento da reunião o espaço foi aberto a imprensa que pôde acompanhar os objetivos e encaminhamentos finais do Observatório. A próxima reunião do Observatório da Intervenção Militar ocorrerá no dia 20 de março de 2018.

É importante salientar as inúmeras frentes que estão sendo articuladas com a finalidade de monitorar as violações e os desdobramentos da Intervenção Militar. Em São João de Meriti, o Ministério Público está moldando uma audiência pública, no próximo dia 20 de março, sobre a temática. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro já formatou uma agenda de ações a serem realizadas a fim de potencializar o monitoramento da intervenção em nível estadual. O FGB, em parceria com a Defensoria Pública de Duque de Caxias está articulando instituições e lideranças entorno de um comitê para monitorar os desdobramentos da militarização. O FGB também subscreve uma carta emitida pela Justiça Global ao Sistema Interamericano de Justiça denunciando o teor e os objetivos da intervenção militar no estado.             

13-03-18
https://forumgritabaixada.org.br/fgb-no-observatorio-da-intervencao-militar

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seminário de lançamento do Projeto de Litigância Estratégica: um Brasil Dentro do Brasil Pede Socorro

Seminário de lançamento do Projeto de Litigância Estratégica: um Brasil Dentro do Brasil Pede Socorro O projeto é de realização do Centro Dos Direitos Humanos com a parceria do Fórum Grita Baixada e da Rede De Comunidades e Movimento Contra A Violência, com apoio do Fundo Brasil De Direitos Humanos. Integram a mesa de convidados (as): * Centro Dos Direitos Humanos De Nova Iguaçu - Fransérgio Goulart - Assessor Político * Coordenadoria Direitos Humanos Do Ministério Público Estadual - Coordenadora Eliane Pereira * Mãe Vítima Da Violência Na Baixada - Nívia Do Carmo - Mãe De Rodrigo Tavares * Fórum Grita Baixada - Maria De Fátima Silva * Rede De Comunidades E Movimento Contra A Violência - Maria Dalva Correia Da Silva * Justiça Global - Guilherme Pontes -Pesquisador * Napave -Núcleo De Atenção Psicossocial A Vítimas Da Violência De Estado /Iser - Tânia Kolker - Coordenadora Do Projeto Mediação: Centro Dos Direitos Humanos De Nova Iguaçu - Bárbara Lucas - Coordenadora Do Projeto ...

Tribunal Popular da Baixada Fluminense: o Estado Brasileiro no Banco dos Réus

Evento, que pretende denunciar o Estado Racista Brasileiro, acontecerá no dia 11 de setembro em Duque de Caxias  O QUE É O TRIBUNAL POPULAR? É uma iniciativa/metodologia/instrumento de incidência política que surge no Brasil no contexto dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 2008, quando movimentos sociais, movimentos populares e organizações de direitos humanos do Brasil intensificaram as discussões das constantes violações dos Direitos Humanos realizadas pelo Estado Racista Brasileiro. Essa iniciativa tem como objetivos centrais: * Ser um espaço/iniciativa de denúncia do Estado Racista Brasileiro; * Fomentar a perspectiva de um sistema de justiça menos racista  Desde fevereiro de 2018, movimentos sociais, rede de mães e familiares vítimas da violência de Estado, Defensoria Pública, movimento negro, fóruns e organizações de direitos humanos inconformados com o genocídio da juventude negra na Baixada Fluminense pra...

Espaços para ouvir (e depois) cobrar

Fórum Grita Baixada e Diocese de Nova Iguaçu organizam, respectivamente, eventos em que acolherão propostas de governo de candidatos e candidatas aos cargos de deputado(a) federal e estadual. Fórum Grita Baixada e a Diocese de Nova Iguaçu organizarão, na última semana de agosto, dois eventos que servirão de palco para que candidatos ao poder Legislativo dialoguem com os eleitores sobre a proposição de ideias a serem efetivadas em seus mandatos. Ambas as ocasiões serão oportunidades para a escuta das propostas, esclarecimento de dúvidas sobre as mesmas e, se for o caso, cobrar para que os chamados “representantes do povo” não se deixem desvirtuar do que prometeram em campanha.  O primeiro debate acontecerá em 21 de agosto. Promovido pela Diocese de Nova Iguaçu, abrigará os candidatos com certa tradição em pleitos eleitorais e os novos nomes, incluindo os da Baixada Fluminense. A descrição do evento, na mídia social Facebook, evidencia bem a temperatura reinante no colegiad...