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Seminário estadual sobre Direito à Memória acontecerá no CRP de Nova Iguaçu

Subsede do Conselho Regional de Psicologia abrigará evento do Projeto Direito à Memória e Justiça Racial, do Fórum Grita Baixada, sobre troca de experiências em incidência política 

O Fórum Grita Baixada em diálogo e parceria com a Rede de Mães e Familiares Vítimas da Violência do Estado na Baixada Fluminense, vem trabalhando e incidindo politicamente pelo Direito a Memória desde o lançamento do documentário “Nossos Mortos Têm Voz”, produzido pela Quiprocó Filmes e apresentado por Fórum Grita Baixada e Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu.

A partir dessas experiências estaremos, no dia 12 de dezembro de 2018, a partir das 16h30, no auditório do CRP - Subsede Nova Iguaçu, na rua Sebastião Herculano de Matos, 41, Centro de Nova Iguaçu, realizando o seminário Estadual Direito à Memória e Justiça Racial que terá como objetivo, a partir das nossas experiências na luta pelo direito a Memória e Justiça Racial, articular os fenômenos do direito e da memória coletiva, com a finalidade de compreender demandas de movimentos sociais contemporâneos que se relacionam com os direitos humanos, que lutam pela memória de vítimas de violações realizadas pelo Estado Racista.

Para isso, partimos e afirmamos que os pressupostos anteriores do direito, que dizem que o direito é um conjunto de regras e comandos que influenciam a conduta das pessoas por meio da imposição de sanções, é insuficiente para lidar com os chamados direitos relacionados com a memória de grupos, exigindo uma concepção mais ampla do fenômeno jurídico. Sendo assim a perspectiva histórica desses fatos e fenômenos de incidir no tempo social, na construção da memória coletiva e, consequentemente, da identidade coletiva daqueles que participam de um coletivo político é um princípio para que possamos consolidar o direito a memória dos oprimidos e oprimidas na Baixada Fluminense e no Brasil.

O filme apresenta uma narrativa construída a partir do depoimento e do protagonismo das mães e familiares vítimas da violência de Estado da Baixada Fluminense, que possui como ponto de partida casos como a Chacina da Baixada, os desaparecimentos forçados e mortes realizadas por milícias, sem se limitar, no entanto, à crueza da violência praticada nesses casos, mas destacando a luta e a incidência política pelo direito à memória a partir das histórias dessas mães e familiares que sobreviveram à essas perdas. Dessa forma, com “Nossos Mortos Têm Voz”, mais do que potencializar uma forma de denúncia, o que se pretende é também resgatar a memória dessas vidas violentamente interrompidas, trazendo uma visão crítica sobre a atuação do Estado por meio das polícias na Baixada Fluminense, sobretudo no que diz respeito à violência contra jovens negros.

Desde julho desse ano, o Fórum Grita Baixada vem desenvolvendo também o projeto Direito a Memória e Justiça Racial que torna-se mais uma frente de incidência política.

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